Doenças Urológicas

Pênis

É um órgão presente no sistema reprodutor masculino que tem como função a ereção e o transporte de urina na fase de esvaziamento. As principais doenças que acometem este órgão são:

Fimose

O que é?

É a incapacidade ou dificuldade de expor a glande no momento em que se retrai o prepúcio (pele que recobre o pênis).

O que a causa?

Pode ter origem no próprio processo de desenvolvimento por uma redução na elasticidade do prepúcio, situação que ocorre desde o nascimento, ou se desenvolve com o passar dos anos, desencadeada por alguma infecção que tenha deixado como sequela a fibrose do prepúcio. Em muitos casos se desenvolve sem nenhum fator precipitante.

Quais os sintomas?

Normalmente os pacientes com fimose apresentam quadros de infecção do prepúcio e glande (balanopostite) e desenvolvem pequenas lesões na pele do pênis, principalmente após a relação sexual, o que pode servir como porta de entrada para infecções. Também é muito comum ocorrer dor e desconforto durante e após o ato sexual, devido ao traumatismo que ocorre na região.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico é baseado apenas na história e no exame físico. Nenhum exame complementar é necessário para sua confirmação.

Como é feito o tratamento?

O tratamento na grande maioria dos casos é cirúrgico através da postectomia. Nesta cirurgia é feita a remoção de parte do prepúcio, possibilitando a exposição da glande sem dificuldades ou dor. O tratamento com medicamentos para aumentar a elasticidade do prepúcio e proporcionar resolução do quadro sem cirurgia só tem benefício em crianças pequenas.

Existe algum benefício da cirurgia de postectomia?

Além de solucionar os sintomas da fimose, a cirurgia de postectomia também tem como benefício a redução da chance de contaminação e transmissão de DSTs e na redução no risco de desenvolvimento de câncer de pênis.

Balanopostite

O que é?

É a infecção da glande e pele que recobre o pênis (prepúcio.)

O que causa?

É causa por bactérias e fungos que conseguem se fixar e multiplicar nesta região.

Quais os sintomas?

Os sintomas principais são: presença de secreção (amarelada ou branca na maioria das vezes), dor, vermelhidão, sensibilidade e irritação no local.

Como é feito o diagnóstico?

Através da história e exame físico. Em alguns casos pode ser necessário a coleta de material para análise no laboratório.

Em que consiste o tratamento?

Consiste no uso de antibióticos/antifúngicos associados a soluções antissépticas e orientações de higienes e cuidados locais. É importante que durante o tratamento o paciente se mantenha sem relações sexuais, a fim de proporcionar um tratamento mais rápido e eficaz.

Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs)

O que é?

São infecções que acometem os órgãos sexuais masculino e feminino causada por uma série de agentes como bactérias, fungos e vírus, transmitidos através de relações sexuais.

O que causa?

A principal causa é o contato com parceira(o) que tenha infecção ativa, mesmo que sem causar sintomas, sem o uso de métodos de proteção (camisinha). Embora, em alguns casos, a camisinha não proteja completamente.

Quais os sintomas?

Os sintomas e sinais são variados dependendo da infecção presente.

Quais os principais tipos de DSTs?

As principais DSTs estão listadas abaixo:

  • Uretrite: é a infecção da uretra (canal que transporta a urina da bexiga até o final do pênis). Pode ser acometida por uma série de bactérias transmitidas pelo ato sexual, sendo as mais comuns a Neisseria gonorrhoeae (gonococo) e a Chlamydia trachomatis. Causa sintomas como: dor ao urinar, saída de secreção pelo pênis, vermelhidão no meato uretral, irritação e desconforto local. O tratamento é feito com uso de antibióticos apropriados.
  • HPV: é um vírus de transmissão sexual que resulta, em geral, no desenvolvimento de verrugas que podem ser encontradas em qualquer região do órgão sexual. As verrugas classicamente são indolores e não causam qualquer tipo de sintomas. Podem propiciar o desenvolvimento de Câncer de colo de útero, na mulher, e Câncer de pênis nos homens. O tratamento é feito com métodos que visam destruir as verrugas como cauterização elétrica, química (medicamentos), laser e nitrogênio (criocauterização). O melhor tipo de tratamento deverá levar em conta o número, localização e tamanho das lesões. Atualmente dispomos de dois tipos de vacina para HPV. Essas vacinas protegem contra os tipos mais comuns que resultam em verrugas e no desenvolvimento de câncer.
  • Sífilis: causada pela bactéria Treponema pallidum. Possui três fases distintas da doença, sendo a fase primária caracterizada por lesão única e indolor na região genital. Uma característica importante é que caso nenhum tratamento seja instituído a lesão pode desaparecer de forma espontânea, levando o paciente a considerar que esteja curado. Entretanto, na verdade, a doença pode ter evoluído para fases mais avançadas que resultam em lesões de pele e em qualquer região do corpo, incluindo o sistema nervoso central e cardiovascular. O tratamento é realizado com antibióticos e acompanhado de exames laboratoriais.
  • Cancro mole: causada pela bactéria Haemophilus ducreyi. Resulta em lesões na região genital, irregulares, dolorosas e com secreção amarelo-esverdeado e purulenta. Pode causar inchaço, dor e até saída de secreção nos gânglios da região inguinal (popularmente conhecidas como "inguas"). O tratamento é feito com antibióticos.
  • Herpes genital: o herpes na região genital é causado mais comumente pelo herpes vírus tipo 2, embora também possa ser causado pelo tipo 1. Resulta em várias lesões na região genital que inicialmente são bolhosas e depois assumem o aspecto de crostas em cicatrização associado a sintomas como coceira e desconforto local. O tratamento é feito com antivirais de forma oral ou tópica. Uma característica do vírus da herpes é seu caráter recorrente, ou seja, podem ocorrer novos surtos da doença mesmo que não haja nova exposição sexual à pessoa infectada. Esses episódios de recidiva ocorrem mais comumente em situações em que a imunidade da pessoa sofre uma queda, como em situações de estresse, doença e medicamentos que afetam a imunidade.
  • HIV/AIDS: doença causada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) e transmitida principalmente pelo contato sexual, além de contato com sangue e secreções de uma pessoa infectada. Não causa nenhuma lesão na fase inicial, o que compromete muitas vezes o diagnóstico inicial, manifestando-se muitas vezes anos após o contato sexual através de doenças oportunidades que podem acometer qualquer região do corpo. Até o momento não existe cura ou vacina para a doença, sendo o uso de métodos de proteção a principal ferramenta para evitar a doença. O tratamento é feito com drogas antiretrovirais prescritas pelo infectologista.
  • Hepatite B e C: são causadas pelos respectivos vírus que podem ser transmitidos pelo contato sexual. Também não causam lesões na região genital, manifestando-se posteriormente através de doenças como hepatite, cirrose e insuficiência hepática. O diagnóstico é feito com o uso de exame de sangue específico para Hepatite. Para a Hepatite B existe vacina de proteção que é oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
  • Molusco contagioso: causado pelo vírus da família PoxVírus. Causam lesões com aspecto de pequenas bolhas brancas ou rosadas na região genital que na maioria das vezes não causam sintomas, entretanto alguns pacientes podem apresentar desconforto local. São transmitidas através do contato com a pele acometida pela doença durante a relação sexual. O diagnóstico se dá com base na inspeção cuidadosa das lesões. O tratamento é realizado pela destruição das lesões, podendo ser com uso de medicamentos, eletrocauterização, laser e crioterapia.

Disfunção Erétil

O que é?

Conhecida popularmente como impotência, é a incapacidade do homem de começar ou manter uma ereção nas situações em que houver desejo sexual, levando à interrupção do ato sexual.

O que causa?

Existem vários fatores que podem levar à disfunção erétil, incluindo fatores ambientais como estresse, ansiedade e problemas no relacionamento ou na vida pessoal, além de doenças e condições que com o passar dos anos prejudicam a qualidade da ereção, como diabetes, hipertensão, sedentarismo, tabagismo e uso de determinadas drogas e medicamentos.

Quais os sintomas?

O sintoma principal é a incapacidade de iniciar ou manter a ereção a ponto de resultar em interrupção da relação sexual. É importante diferenciar de um episódio isolado de disfunção erétil que pode ocorrer com todos os homens durante a vida.

Como é feito o diagnóstico?

Com base na história do paciente, podendo ser auxiliado por exames de sangue e testes de ereção.

Como é feito o tratamento?

O tratamento deve ser individualizado, dependendo do grau da doença e das condições de saúde do paciente. Incluem desde mudanças no estilo de vida associados à psicoterapia, medicamentos orais facilitadores da ereção, injeção peniana e prótese de pênis.

Ejaculação Precoce

O que é?

É a situação em que o paciente atinge o orgasmo de forma muito rápida levando à frustação e desencadeando problemas de relacionamento.

O que causa?

A causa exata para a ejaculação precoce ainda não foi definida, considerando-se uma doença multifatorial, causada por desordens genéticas, hormonais e sensoriais.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico é feito com base na história do paciente e no exame clínico.

Como é feito o tratamento?

O tratamento é feito com a combinação de psicoterapia e medicamentos que retardam a ejaculação.

Curvatura Peniana (Doença de Peyronie)

O que é?

É o desenvolvimento de uma curvatura progressiva no pênis a partir de um momento específico da vida.

O que causa?

A hipótese mais aceita para a doença é a de que durante a vida sexual do paciente acontecem pequenos traumatismos no corpo do pênis que levam à formação de uma placa de fibrose durante o processo de cicatrização, esta última levando à curvatura do pênis.

Quais os sintomas?

Os sintomas incluem a percepção pelo paciente de uma curvatura progressiva do pênis que, dependendo do grau, pode causar dificuldade durante a relação sexual. Alguns pacientes podem apresentar dor no pênis na fase ativa da doença.

Como é feito o diagnóstico?

Através da história, exame físico e testes de ereção.

Como é feito o tratamento?

O tratamento é feito com medicamentos para estabilização da doença e aplicação de medicamentos diretamente no pênis. Alguns casos podem necessitar de cirurgia para correção da curvatura.

Câncer de Pênis

O que é?

É o desenvolvimento de um tumor que pode acometer qualquer região do pênis, sendo mais comum na sua região distal (glande).

O que causa?

O câncer de pênis normalmente progride de alguma lesão prévia que acometeu o pênis e não foi tratada. Está associado ao vírus do HPV numa parcela considerável dos pacientes.

Quais os sintomas?

Nas fases iniciais, normalmente surge uma lesão crônica no pênis caracterizada por odor fétido e secreção purulenta. Muitas vezes existe infecção bacteriana associada. Nas fases mais avançadas, pode progredir e acometer outras regiões do corpo, causando sintomas mais agressivos como emagrecimento, dor e sangramento.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico é feito com base na suspeita pelo médico e confirmado através de biópsia da lesão, seguido de análise por laboratório com experiência na patologia.

Como é feito o tratamento?

O tratamento se baseia na cirurgia para remoção da lesão. Muitas vezes há necessidade de complementação por quimioterapia e/ou radioterapia.


Dr. Raphael Prata

O Dr. Raphael Prata nasceu na cidade de Petrópolis (RJ) e fez a graduação em medicina pela Universidade do Grande Rio - Unigranrio. Posteriormente, cursou residências médicas em cirurgia geral e em urologia no Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo (HSPE-IAMSPE).

Hoje, trabalha como urologista cirurgião em diversos hospitais e em consultório. Atualiza-se por meio de cursos e congressos, tendo como intuito oferecer um atendimento especializado e de qualidade para seus pacientes.

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