A disfunção erétil (DE) é uma das principais preocupações dos homens que passam pela
prostatectomia. Mesmo com o avanço das técnicas minimamente invasivas, como a
cirurgia robótica, o risco de não conseguir obter ou manter uma ereção adequada
permanece. Felizmente, existem maneiras de prevenir, tratar e recuperar a
função sexual após a cirurgia. Neste artigo, você entenderá por que a DE ocorre,
quais são os principais fatores de risco e quais opções de tratamento
disponíveis para retomar sua vida sexual com segurança.
O que causa a disfunção erétil após a prostatectomia
A principal causa da disfunção erétil após a cirurgia de próstata é a lesão
dos nervos responsáveis pelas ereções, que ficam muito próximos da próstata.
Mesmo em procedimentos minimamente invasivos, como a cirurgia robótica,
esses nervos podem ser danificados. A lesão ou
estiramento das fibras nervosas diminui a capacidade de conduzir o estímulo
sexual ao pênis, dificultando a ereção.
Outros fatores que podem contribuir para a DE pós‑cirurgia incluem:
- Impactos diretos da cirurgia – incontinência urinária, redução do desejo
sexual e ausência de ejaculação podem ocorrer após a remoção da próstata. - Circulação sanguínea reduzida – o trauma cirúrgico diminui o fluxo de
sangue para o pênis. Nas primeiras semanas ou meses, é comum que as ereções
sejam fracas mesmo com o uso de medicamentos. - Estresse emocional – medo de falhar, ansiedade e preocupação com o
desempenho podem impedir o desencadear natural da ereção.
Fatores que influenciam a recuperação sexual
O retorno da função erétil depende de uma série de fatores. É importante
entender que cada paciente é único e que a recuperação pode levar semanas
ou meses. Entre os principais fatores estão:
- Tipo de cirurgia – procedimentos com preservação de nervos, como a
cirurgia robótica, tendem a reduzir o risco de lesão nervosa. - Estágio do câncer – tumores maiores e avançados podem exigir remoções
mais extensas, aumentando o risco de danos. - Idade e saúde geral – homens mais jovens e com boa saúde cardiovascular
recuperam-se mais rápido. Condições como diabetes e doenças cardíacas
influenciam negativamente na função sexual. - Experiência do cirurgião – um especialista qualificado pode minimizar
o risco de lesões nervosas durante a prostatectomia.
Como prevenir e minimizar o risco de disfunção erétil
Embora seja impossível eliminar completamente o risco de DE, algumas medidas
podem reduzir os danos e acelerar a recuperação:
- Escolha de um cirurgião experiente – a experiência do especialista
aumenta as chances de preservação dos nervos eréteis e melhora os resultados
funcionais. A cirurgia robótica possibilita movimentos mais precisos,
ajudando a proteger as estruturas delicadas. - Adote um estilo de vida saudável – controlar o diabetes, a hipertensão e
o colesterol, não fumar e manter o peso ideal melhoram o fluxo sanguíneo e
a saúde dos nervos. - Reabilitação precoce – iniciar o uso de medicamentos orais para
ereção logo após a cirurgia ajuda a manter a circulação sanguínea no pênis.
É comum que o médico prescreva doses diárias de sildenafil ou tadalafil para
estimular a irrigação peniana. - Controle emocional – dialogar com a parceira ou buscar apoio
psicológico reduz o estresse e melhora a resposta sexual.
Opções de tratamento para a disfunção erétil
Caso a disfunção erétil persista, existem diversos tratamentos eficazes.
O ideal é discutir com seu urologista para definir a melhor opção para o
seu caso:
- Medicamentos orais – fármacos como sildenafil (Viagra) e tadalafil
(Cialis) aumentam o fluxo sanguíneo para o pênis e são geralmente a
primeira opção de tratamento.
Em alguns casos, é necessário utilizá‑los diariamente durante a fase de
reabilitação. - Injeções intracavernosas – medicamentos injetados diretamente no
corpo cavernoso do pênis podem provocar ereções eficazes em pacientes que
não respondem bem aos comprimidos. - Dispositivos de vácuo – dispositivos externos que criam vácuo no pênis,
aumentando o fluxo sanguíneo e promovendo uma ereção. - Próteses penianas – implantes internos são indicados em casos de
disfunção erétil severa ou quando outras terapias falham. Há modelos
maleáveis e infláveis que oferecem ereções sob demanda. - Terapia hormonal – em homens com baixos níveis de testosterona,
a reposição hormonal pode melhorar a função erétil e o desejo sexual. - Aconselhamento e terapia sexual – o suporte psicológico ajuda a
controlar a ansiedade e ajustar as expectativas, contribuindo para uma vida
sexual saudável.
Dicas para a recuperação e qualidade de vida
Além do tratamento médico, algumas atitudes podem acelerar a recuperação e
melhorar a qualidade de vida:
- Comunicação aberta – conversar com seu parceiro sobre as mudanças
temporárias e compartilhar expectativas fortalece a relação e diminui a
pressão. - Paciência – a recuperação pode levar meses. Mantenha o acompanhamento
com o urologista e siga as orientações sem desanimar. - Exercícios físicos regulares – atividades aeróbicas moderadas melhoram o
fluxo sanguíneo e a saúde vascular, fatores essenciais para uma ereção firme. - Alimentação equilibrada – inclua frutas, verduras, peixes e castanhas,
reduzindo gorduras saturadas e alimentos ultraprocessados.
Conclusão
A disfunção erétil após a cirurgia de próstata é comum, mas na maioria dos casos têm tratamento e melhora significativa ao longo do tempo. O risco de DE pode ser reduzido com a escolha de um cirurgião experiente, técnicas de preservação dos nervos e hábitos de vida saudáveis. Caso ocorra, há uma ampla gama de terapias – de medicamentos orais a próteses penianas – que possibilitam recuperar a função erétil e manter uma vida sexual satisfatória.
O Dr. Raphael Prata é especialista em cirurgia robótica urológica e oferece atendimento humanizado para auxiliar pacientes a superar os desafios após a prostatectomia.
Agende uma consulta para avaliar seu caso e discutir as melhores opções de tratamento.