Introdução
Sentir perda involuntária de urina após uma cirurgia é uma situação que preocupa e, muitas vezes, constrange o paciente.
Esse quadro, chamado de incontinência urinária, é mais comum do que muitos imaginam, principalmente depois de procedimentos urológicos como a cirurgia de próstata. A boa notícia é que existem formas eficazes de diagnóstico e tratamento.
Neste artigo, vou explicar por que a incontinência pode surgir após uma cirurgia, quais são as opções de tratamento disponíveis e de que forma o acompanhamento com um urologista pode ajudar a recuperar a qualidade de vida.
Por que a incontinência pode surgir após uma cirurgia?
A incontinência urinária após procedimentos cirúrgicos está, na maioria das vezes, relacionada a alterações no funcionamento da bexiga ou dos músculos responsáveis por segurar a urina.
Entre os principais fatores, destaco:
- Cirurgia de próstata (prostatectomia radical ou ressecção transuretral): nesses casos, o esfíncter urinário — músculo que funciona como uma “válvula” de contenção da urina — pode perder força.
- Alterações neurológicas: alguns procedimentos podem afetar nervos ligados ao controle da bexiga.
- Tempo de recuperação do corpo: em muitas situações, a perda urinária é temporária e tende a melhorar com o passar das semanas ou meses.
Tipos de incontinência mais comuns após cirurgia
Para entender o tratamento adequado, é importante diferenciar os tipos de incontinência:
- Incontinência de esforço: ocorre ao tossir, espirrar, rir ou praticar atividade física.
- Urgência miccional: quando surge uma vontade súbita e difícil de segurar.
- Mista: combinação das duas formas anteriores.
Identificar o tipo correto é essencial para indicar o tratamento mais eficaz.
Como o urologista faz o diagnóstico?
O diagnóstico começa com uma consulta detalhada, na qual o paciente relata os sintomas, frequência das perdas e situações em que ocorrem. Além disso, podemos solicitar:
- Exames de imagem (como ultrassom) para avaliar a bexiga e o trato urinário.
- Estudo urodinâmico: que mede a pressão e a capacidade da bexiga.
- Avaliação física: para verificar a força dos músculos do assoalho pélvico.
Essas informações ajudam a diferenciar se a incontinência é passageira ou se exige tratamento específico.
Opções de tratamento para incontinência após cirurgia
O tratamento varia de acordo com a intensidade dos sintomas e o tipo de incontinência. Entre as principais abordagens estão:
1. Reabilitação do assoalho pélvico
- Exercícios de fortalecimento muscular (conhecidos como exercícios de Kegel).
- Fisioterapia especializada, com técnicas que auxiliam no ganho de força e controle urinário.
2. Tratamento medicamentoso
- Indicado em casos de urgência miccional.
- Os medicamentos atuam no controle das contrações involuntárias da bexiga.
3. Procedimentos minimamente invasivos
- Injeções periuretrais: substâncias aplicadas para melhorar a vedação da uretra.
- Esfíncter urinário artificial: indicado em casos mais graves de incontinência persistente.
4. Mudanças de hábitos
- Redução de cafeína e álcool, que irritam a bexiga.
- Controle do peso, que diminui a pressão abdominal sobre a bexiga.
- Rotina de idas ao banheiro programadas, para ajudar no recondicionamento da bexiga.
Recuperando a qualidade de vida
A incontinência urinária após cirurgia não deve ser encarada como algo “normal” ou sem solução.
Com o acompanhamento adequado, a grande maioria dos pacientes consegue melhorar significativamente os sintomas e retomar suas atividades sem limitações.
É importante lembrar que cada organismo reage de forma diferente ao procedimento cirúrgico. Por isso, apenas uma avaliação médica individualizada pode indicar o melhor caminho para cada paciente.
Conclusão
A incontinência após cirurgia é uma condição que pode gerar insegurança, mas existem recursos eficazes para tratá-la. Quanto antes o paciente buscar ajuda, maiores são as chances de recuperação completa e rápida.
Não adie o cuidado com a sua saúde. Conversar com um urologista de confiança é o primeiro passo para encontrar a solução adequada.
A informação de qualidade é o primeiro passo para cuidar da sua saúde. No entanto, ela não substitui uma avaliação médica individualizada. Cada caso é único e merece atenção especial.
Se você se identificou com algum sintoma ou tem mais dúvidas, não hesite em procurar ajuda profissional. Agende uma consulta para uma avaliação completa e um plano de tratamento personalizado.
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